quinta-feira, 24 de março de 2011

Carnaval...samba...é de comer?

Lamento não ter escrito esse texto antes, mas foi pura falta de tempo!

Na última segunda-feira, 21, foi ao ar, na TV Cultura, como de praxe o programa Roda Viva. Ao centro da roda estava Paulo Barros, carnavalesco da escola de samba carioca Unidos da Tijuca. Até aí, normal. Afinal, Barros é um fenômeno recente no carnaval do Rio de Janeiro, campeão de 2010 e vice deste ano, é conhecido por levar para Marquês de Sapucaí pelo menos nos últimos seis anos, um espetáculo cheio de inovações, surpresas e muitos truques que iludem e encantam quem assiste. Motivo suficiente para estar num programa como o Roda Viva, ponto.


Como entrevistadores estavam Paulo Moreira Leite, Augusto Nunes, Álvaro Leme, Ana Ribeiro e a apresentadora Marília Gabriela. Além do cartunista Paulo Caruso. Ótimo, o programa estava prontinho! Certo? Errado...
Eu sempre bato na tecla do descaso e displicência que existe por parte dos meios de comunicação em relação ao carnaval, ao samba, ao sambista e todos os envolvidos nessa manifestação popular e extremamente significativa para a economia local de onde cada uma acontece.
E claro, no Roda Viva não foi diferente!

Os entrevistadores podem ser ótimos jornalistas e articulistas pra falar da política do país, mas pra falar de carnaval...meu Deus que lástima! A apresentadora então, tava mais perdida que cachorro quando cai do caminhão de mudança. Cada pergunta absurda, óbvia e redundante pra quem entende do assunto, que eu fiquei passada, cozida e gratinada de tanta irritação!


Aí vem alguém e me diz: mas eles estão aí pra perguntar como leigos Mariana...
Na-na-ni-na-não! Pois quando o convidado é do meio político, só tem especialista no assunto participando da conversa, fazendo perguntas pertinentes, propondo debates, levantando polêmicas, cheios de razão e conhecimento de causa. Não me venha com essa! O mínimo seria a apresentadora pesquisar um pouco mais, se interar do assunto, fazer um laboratoriozinho – igual os atores globais fazem antes da novela, sabe? – de 2 dias que fosse, pra não falar tanta bobagem. E a produção do programa que tratasse de convidar como entrevistador alguém que entendesse melhor do assunto, mais familiarizado e que falasse com propriedade sobre o tema. Mesmo que surgissem dúvidas - sem elas não há como indagar nada - mas minimamente coerentes.

Quando a apresentadora disse que não imaginava que o jurado recebia um book pra ser previamente orientado do que viria na avenida a cada escola de samba, eu quase caí pra trás! E Paulo Moreira Leite perguntando se os sambistas não enjoavam de ouvir durante pouco mais de uma hora o mesmo samba, me deu princípio de desmaio!


Desastres à parte, o cartunista Paulo Caruso foi o melhor em cena. Fez ilustrações ótimas e muito engraçadas conforme Paulo Barros ia respondendo às perguntas de pré-primário da mesa. Ana Ribeiro também me chamou atenção por quase não abrir a boca, mas uma das poucas vezes que falou, foi muito feliz em seu comentário. Encerrou dizendo ao convidado: “Bom, se você não conseguiu ganhar o carnaval da Beija-Flor porque eles falaram do Roberto Carlos, ano que vem faz um enredo sobre Deus, quem sabe dá certo?!”
Aí sim, eu caí na gargalhada!!! Porque esse campeonato da Beija-Flor foi uma palhaçada, convenhamos!

Pronto, desabafei gente! Um dia eu volto...rs