Depois de um final de semana maravilhoso (apesar de trabalhar durante 12 horas no sábado e não ter um puto furado no bolso) e de uma boa e longa conversa com mais duas amigas, com personalidades, idades, aparências e gostos completamente diferentes, resolvi refletir sobre planejar a vida do lado de alguém, leia-se um homem.
Nós mulheres somos condicionadas desde a infância a namorar depois dos 18, transar com camisinha, noivar, casar (por amor e não por estar grávida) e depois ter filhos...assim, nessa ordem. E o casório só pode sair depois de acabar a faculdade, fazer a “pós”, o inglês, comprar o carro zero (mesmo que popular), a casa própria, ter viajado pelo menos uma vez para o exterior e ter um salário de mais de 3 mil reais por mês.
Maaas a teoria na prática é outra! Sabemos bem disso...
Aí você para e pensa: Que pra fazer tudo isso, no auge dos seus 20 e poucos anos precisa conhecer um cara bacana. Na cabeça das nossas mães e, às vezes, até na nossa esse “bacana” significa: ter no mínimo as mesmas intenções que você, tipo fazer faculdade, trabalhar, de preferência ter um carro, não ter filhos, nem ex-mulher, ser apaixonado por você, te respeitar, gostar da sua família, ser carinhoso, presente, ter um pouquinho de ciúme pra se sentir importante na vida dele, ser meio bravinho (porque mulher não gosta de cara bobão), mais aquele bravinho que logo volta e te agarra, pedindo desculpas pela grosseria... precisa te surpreender com atitudes como mandar uma mensagem de madrugada, te buscar no trabalho de surpresa, ligar de manhã só pra te dar “bom dia”, enfim...o cara bacana precisa ser maravilhoso. Aquele homem que você admira, deseja, ama...que é um bom filho, um bom amigo, um bom irmão. Certamente, será um bom pai e um bom marido e um bom genro.
E olha que eu nem falei em ele ser bonito, forte, alto, rico e popular. O cara bacana é lindo aos seus olhos, apenas...alto por sua grandeza interior (mesmo tendo um metro e meio) e suficientemente rico pra satisfazer os seus desejos. Quando chegamos numa determinada idade e após ter vivido algumas experiências concluímos que é melhor um baixinho apaixonado do que um bonitão galinha e sem escrúpulos. Se tiver um bonitão apaixonado, melhor! O que é praticamente impossível...rs.
Acontece que o tempo todo devemos fazer escolhas que nos custam renúncias de todos os tipos, não tem jeito. Você escolhe alguma coisa pra se abdicar de outra...normal! Aí tem que pesar, analisar ônus e bônus e ver o que realmente vale a pena. Mas como saber?
Afinal, ninguém vem com certificado de garantias colado na testa e muito menos com prazo de validade...seria muito melhor se fosse assim, porque quando o produto (leia-se homem) estragasse, você já saberia e jogaria fora antes de ingeri-lo.
Mas será que teria graça? Ou seja, não tem como saber. Viver é um risco e que risco maravilhoso! Pois a cada dia aprendemos, tanto com as coisas boas, quanto com as ruins e sorte de quem sabe tirar lição disso. Porque muda, amadurece, evolui e talvez nem cometa mais determinado erro ou cometa de forma diferente, menos nociva a si próprio.
E aquele planejamento do namorar-se formar- casar-ter filhos pode ser que nem dê certo. Tudo depende das escolhas que se faz e do que o destino nos propõe. Uma coisa depende da outra sim! Ninguém vive apenas esperando o destino botar tudo na nossa porta, jogado à própria sorte, tampouco de fazer a melhor escolha o tempo inteiro sem uma única situação imprevisível ou indesejável. Até porque, os caras bacanas são raros, os casais que casam por amor e não por causa da gravidez também, o mercado de trabalho tá difícil pra poder ter dinheiro pra fazer faculdade, inglês, comprar casa, carro e ganhar bem...é tudo muito relativo!!!
O importante é não deixar pro outro a responsabilidade de te fazer feliz. Isso é uma puta sacanagem! Encurrala, sufoca, estraga tudo!!! As famosas frases “eu não vivo sem você”, “você é tudo pra mim”, “você é o ar que eu respiro”, “minha vida não faz sentido sem você”, entre outras, já é o indício de que esse relacionamento pode não dar certo ou já não está dando!
Quando o “cara bacana” vier ele tem que te fazer AINDA MAIS feliz, trazer MAIS alegria pra sua vida, deixar tudo com MAIS sentido e MAIS cor e não ser a única razão da sua existência. Porque provavelmente alguém vai gostar mais e vai sofrer mais nessa relação, daí...vêm as atitudes erradas que resultam em escolhas erradas...
O amor já não é tão recíproco, a paixão não tão mútua, o desgaste chega. E pode acontecer um mooooonte de coisas...imprevisíveis e indesejáveis (como citei um pouco acima). O cara bacana pode não ser tão bacana e fazer a escolha errada de te trair em vez de te falar a verdade - homem é covarde, mais isso fica pro próximo post – o que pode mexer com a auto-estima de uma mulher que sem amor próprio e desesperada não pensa direito e pode achar que uma gravidez resolve tudo e aí fica muito pior; pode ser que alguém inseguro na história invada a privacidade do outro, revire, mexa, investigue, celular, orkut, bolsos, msn, sem consultar, violando o espaço do próximo e é lamentável quem acha que isso não é uma traição também!
Infelizmente, não dá pra prever nada disso! E a pergunta é, como fazer a escolha certa? Não há resposta alguma...
Mas é primordial que o egoísmo não exista, porque um cara que trai, uma mulher que engravida de propósito sem contar ao respectivo pai, ou alguém que fuça a vida do outro inteira se em ele saber, é extremamente egoísta! Só pensa em si próprio e sequer pergunta se o outro está feliz desse jeito.
E isso é uma ilusão...porque ninguém é obrigado a ficar com ninguém, o amor às vezes dura uma vida, 10 anos ou 6 meses...tudo depende da forma como é conduzido. É o tal do certificado de garantia que não vem grudado na testa de ninguém...O importante é tentar, é ser sincero, tentar ser justo, ser entregue, dedicado...
O cara bacana existe sim...e ele nunca vai ser perfeito, em nenhum lugar do planeta. A magia do relacionamento é aceitar os defeitos, reconhecer as qualidades e evidenciá-las (meninos mulher adoooora elogio viu!), aprender um com outro e principalmente, saber a hora de falar e a hora de ouvir. Tendo isso e amor, o resto é consequência. Não importa em que ordem venha...com o baby primeiro ou o carro ou o diploma...
O que é forçado, imposto, omitido, enganado...não rola! Pode dar certo por um tempo, mas a máscara sempre cai.
“Com o tempo a gente descobre quem é de verdade e quem é de mentira!”
*Gaby e Thais dedico esse texto a vocês, que eu amo muito. Sejam felizes!!!
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